quinta-feira, 27 de abril de 2017

E já passou mais de um ano!

Apenas para provar que este nosso espaço de partilha ainda existe e que ressuscitará sempre que nos der na real gana, aqui fica uma frase que acabo de "pescar" na net: "Amizade verdadeira não é ser inseparável. É estar separado, e nada mudar." Que te parece?

segunda-feira, 21 de março de 2016

I want we back!

Amiga!

Mais de um mês sem posts! Temos que regressar a nós. Por isso aqui fica uma mensagem para ti recolhida no Pixabay, assinada por ArtsyBee. Porque tu és indeed my best friend in the world, and I love you deeply and forever. Be happy, my dear!


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"Sculpture by the sea" e o meu aniversário em Sydney

Fiz 43 anos anteontem e, um dia depois, encontrei uma peça de arte que resume tudo o que senti neste dia 10 de fevereiro de 2016. Não sei o nome do autor (vou investigar e voltarei aqui para deixar a referência) mas partilho contigo a imagem da obra de arte, para veres como é bonita e conceptual - (vê aqui a partir do minuto 2:58). Acerca da ligação desta peça ao meu "B-day mood", isso já é outra conversa. Não está escrito em lado nenhum. Está na minha cabeça, no meu coração e, talvez, no de muitos emigrantes como eu.

Voltando à peça de arte, trata-se uma árvore. Só que não é uma árvore qualquer. A graça e a criatividade da coisa é que o que se vê "desenterrado" são as raízes da árvore, e não o que seria de esperar - o tronco, os ramos, as folhas ou os frutos. Desta árvore o que se vê "de fora" são as raízes.

Demoramos um pouco a digerir o conceito e, obviamente, todos podemos fazer uma nova interpretação pessoal sobre a peça. Eu, por exemplo, quando olhei para esta obra vi claramente uma árvore de pernas para o ar, vi o universo ao contrário, vi o "outro lado" do habitualmente observável, vi sobretudo a minha imagem... percebi a minha situação actual... tive, finalmente, uma clara visão daquilo que sinto aqui em Sydney, diária e constantemente.

Com isto não quer dizer que eu sinta que tenho a minha vida completamente de pernas para o ar (embora já o tenha sentido, especificamente no primeiro ano de Austrália), e também não quer dizer que a minha existência aqui possa ser comparada com uma árvore mal plantada ou inversamente colocada no lugar, ao acaso ou de forma mal pensada. Nada disso. Se a minha vida fosse uma árvore plantada na Austrália há 2 anos atrás, eu diria que a minha árvore está finalmente adaptada à terra e começa agora a dar, não direi já frutos mas, talvez, as primeiras flores.

A questão é que no dia do meu aniversário (o segundo que passo em Sydney) sinto-me, pontual mas claramente, esta árvore representada por este artista: com as raízes todas de fora... fora das fronteiras deste Continente gigantesco. É isso. No dia em que fiz 4 décadas e três anos de vida, olhei para baixo (imaginando que sou esta árvore) e não me senti segura, capaz de me suportar sobre as raízes fortes sobre as quais sempre me posicionei. Sou, neste momento, uma árvore que, não estando de cabeça para baixo, acaba por não ter as raízes no sítio certo. As minhas raízes, todas, estão em Portugal. Ou melhor, a minha gente não esteve cá para me cantar os parabéns.

O meu tronco, que imediatamente associo ao meu forte e inabalável marido, está comigo. Sempre e cada vez mais robusto e maduro. Tenho-o como sendo já um tronco de árvore que em mim é centenário, digamos assim. Já nem me lembro do tempo em que eu era uma árvore diferente... sem ele.

Os meus ramos, flores e frutos (a razão da minha existência enquanto árvore e tudo o mais que poderia trazer para esta metáfora) estão, e de outra forma nada faria sentido, sempre comigo. São os meus filhos. A minha Leonor - o primeiro ramo que nasceu de mim há 12 anos. O meu Lourenço - o meu segundo galho, que se me rebentou há 7 anos atrás. E que linda estou com eles agarrados a mim! Sofro só de pensar no dia em que eles vão arrancar-se de mim, com a força do vento que os fará voar e a passagem das estações do ano, uma após outra, que lhes dará maturidade e semente suficientes para serem também eles árvores em si mesmos.

Mas as minhas raízes não estão comigo. E nelas revejo os meus pais, os meus sogros, a minha irmã, os meus cunhados, o meu querido sobrinho Sebastião... mas também todos os outros que deviam estar "enterrados" comigo, onde quer que eu esteja: os meus amigos.

E como é que uma árvore sobrevive a esta ausência de raízes? Não tenho resposta. Pelo menos, não para já. Ainda me sinto abalada à mínima brisa. Quanto mais à ventania de um dia de aniversário?!

Apesar de tudo, estou feliz. Sou uma árvore que está a crescer a olhos vistos. Estou a tentar agarrar-me ao chão com todas as minhas forças, a adaptar-me a esta terra com uma gana que eu desconhecia em mim, a sobreviver num solo ainda seco de afecto... e isto, sim, tem sido duro para mim. Tenho tudo para ser uma bonita árvore dentro de poucos anos. Quero muito acreditar nisso. Até lá, resta-me esperar que o sol brilhe na minha direcção todos os dias, um bocadinho que seja. E o sol até tem brilhado, e intensamente, devo dizer.

Depois desta analogia gigante, amiga Carla, julgo que já ficaste com uma ideia de como passei o meu dia de aniversário, tão longe de ti. Mas, se isso ajudar, eu posso terminar resumindo: tive um dia giro, na companhia das pessoas naturalmente mais importantes da minha vida (Cami e miúdos). Embora meio adoentada até tive um jantar super divertido, com novos amigos que já vou tendo em Sydney. Recebi presentinhos que me deixaram contente e agradavelmente surpreendida. Recebi mais de 400 mensagens públicas e privadas de Facebook, que me deixaram verdadeiramente emocionada e "quentinha". Mas... não posso dizer-te que me senti como uma árvore forte, viçosa e com as raízes no lugar. Pelo contrário, quando deitei a cabeça na almofada ao fim do dia, senti-me como esta peça da exposição Sculpture by the sea (representada entre a praia de Bondi e a de Tamarama, na sua 19ª edição consecutivas) - uma árvore frágil e sem as raízes no sítio!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Parabéns a uma mulher sem igual

A língua de Camões é rica, muito rica. Mas não rica o suficiente para explicar quem tu és ou como és. 
Neste aniversário, mais um que passas do outro lado do mundo, desejo-te o que quero para ti, vivas aí ou noutro planeta qualquer: muita saúde, muita paz, muita alegria e muito, muito amor, sempre
Para mim, és tão importante quanto as estrelas que iluminam a noite e guiam os marinheiros até um porto seguro. És única, sem igual. Chamar-te amiga é uma honra, um prazer e faz-me sentir especial. Tu tens a capacidade de mudar a vida das pessoas que por sorte cruzam o teu caminho. 
Muitos parabéns, Carla. Amo-te muito.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Feliz

Querida amiga, dizes que me queres ver feliz. Mas a felicidade, amiga, só existe em momentos, os chamados momentos felizes. E eu já tive muitos, muitos, muitos. Por isso, já fui feliz muitas vezes. E voltarei a sê-lo, muitas vezes mais. Beijinho deste lado do mundo.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Re-perspe(c)tivar...

Este fim de semana tenho de reler as 110 Perspe(c)tivas que escrevi nos últimos seis anos. O objetivo é escolher 100 dessas curtas crónicas para serem publicadas em livro - um projeto que anda a ser pensado aí há uns... Dois anos? (Esteve para ser 50 Perspe(c)tivas).

Abro uma, leio, fecho. Abro outra... Nada parece soar bem. Nada parece ter força, peso, valor suficiente para perpetuar em papel. Tenho um sentido de auto-crítica arrasador.

Contudo, há exceções. E vou começar a partilhá-las aqui. Esta, é das primeiras. Foi colocada online a 27 de outubro de 2009. Há uma vida, caramba! Mais de cinco anos!. Chama-se "Criança". Gosto dela porque se mantém (infelizmente) muito atual e retrata uma realidade que nos passa, a nós, privilegiados, todos os dias ao lado.

Continua disponível aqui. A quem tiver vontade de a espreitar, boa leitura!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Uma manhã típica em Sydney

"Isto é mesmo giro. Acordar em Sydney e ter um post novo no nosso blog! Iupiiiii! Isto promete." -
Vim aqui essencialmente para dizer isto...lol...

Mas posso acrescentar um ou dois pormenores da minha manhã na Austrália (tua noite em Portugal).

Acreditas que mal me levantei tive logo que atirar dois valentes berros ao Cami e aos miúdos? Então não é que tiveram uma paragem cerebral e por momentos esqueceram-se que estamos a viver num sítio pejado de bicheza maluca?!

Eu explico: enquanto eu, pela primeira vez em muitos meses, decidi ficar na cama até ser a última a levantar-se cá em casa, os "meninos" fizeram o pequeno-almoço - torradinhas e chá - e até aí tudo bem. O pior foi depois terem arrancado para o surf da manhã e deixarem para trás a loiça do pequeno-almoço por lavar. Bom, só isso já seria mau para mim: sobra para quem? Ah pois é! Mas mais grave do que isso é que na Austrália (pelo menos nas casas que, como a nossa, são limpas e com o mínimo de insectos possível) é completamente parvo deixarem-se coisas sujas no lava-loiça!

Voltando à minha manhã, e nesta sequência de ideias e acontecimentos, cheguei à cozinha e passei-me. Tinha uma família de formigas, super numerosa e "penetra", a tomar o seu café da manhã entre o meu pano da loiça e as minhas chávenas de chá!!!! Lá recorri eu ao meu extenso e assassino manancial de insecticidas, e "spraizei" a cozinha e arredores do prédio!!! Lol.

Disse uma data de asneiras (em português, claro, porque nestas alturas é quando um emigrante se esquece mesmo, mesmo, mesmo de outra língua para além do seu calão mais rebuscado) e resolvi vingar-me - matei as "amigas" mas deixei-as a boiar em insecticida, exactamente no local onde as assassinei a sangue frio, para que os meus queridos e amados marido e filhos vejam com os seus próprios olhos que a chata não sou eu. Os chatos são eles!

E, pronto, é só isto. Já desabafei! Ufffffff