sábado, 30 de janeiro de 2016

Re-perspe(c)tivar...

Este fim de semana tenho de reler as 110 Perspe(c)tivas que escrevi nos últimos seis anos. O objetivo é escolher 100 dessas curtas crónicas para serem publicadas em livro - um projeto que anda a ser pensado aí há uns... Dois anos? (Esteve para ser 50 Perspe(c)tivas).

Abro uma, leio, fecho. Abro outra... Nada parece soar bem. Nada parece ter força, peso, valor suficiente para perpetuar em papel. Tenho um sentido de auto-crítica arrasador.

Contudo, há exceções. E vou começar a partilhá-las aqui. Esta, é das primeiras. Foi colocada online a 27 de outubro de 2009. Há uma vida, caramba! Mais de cinco anos!. Chama-se "Criança". Gosto dela porque se mantém (infelizmente) muito atual e retrata uma realidade que nos passa, a nós, privilegiados, todos os dias ao lado.

Continua disponível aqui. A quem tiver vontade de a espreitar, boa leitura!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Uma manhã típica em Sydney

"Isto é mesmo giro. Acordar em Sydney e ter um post novo no nosso blog! Iupiiiii! Isto promete." -
Vim aqui essencialmente para dizer isto...lol...

Mas posso acrescentar um ou dois pormenores da minha manhã na Austrália (tua noite em Portugal).

Acreditas que mal me levantei tive logo que atirar dois valentes berros ao Cami e aos miúdos? Então não é que tiveram uma paragem cerebral e por momentos esqueceram-se que estamos a viver num sítio pejado de bicheza maluca?!

Eu explico: enquanto eu, pela primeira vez em muitos meses, decidi ficar na cama até ser a última a levantar-se cá em casa, os "meninos" fizeram o pequeno-almoço - torradinhas e chá - e até aí tudo bem. O pior foi depois terem arrancado para o surf da manhã e deixarem para trás a loiça do pequeno-almoço por lavar. Bom, só isso já seria mau para mim: sobra para quem? Ah pois é! Mas mais grave do que isso é que na Austrália (pelo menos nas casas que, como a nossa, são limpas e com o mínimo de insectos possível) é completamente parvo deixarem-se coisas sujas no lava-loiça!

Voltando à minha manhã, e nesta sequência de ideias e acontecimentos, cheguei à cozinha e passei-me. Tinha uma família de formigas, super numerosa e "penetra", a tomar o seu café da manhã entre o meu pano da loiça e as minhas chávenas de chá!!!! Lá recorri eu ao meu extenso e assassino manancial de insecticidas, e "spraizei" a cozinha e arredores do prédio!!! Lol.

Disse uma data de asneiras (em português, claro, porque nestas alturas é quando um emigrante se esquece mesmo, mesmo, mesmo de outra língua para além do seu calão mais rebuscado) e resolvi vingar-me - matei as "amigas" mas deixei-as a boiar em insecticida, exactamente no local onde as assassinei a sangue frio, para que os meus queridos e amados marido e filhos vejam com os seus próprios olhos que a chata não sou eu. Os chatos são eles!

E, pronto, é só isto. Já desabafei! Ufffffff

VIVA!!!!!

Game on, amiga! We are in!
 
Nem acredito, sabes? Tanto tempo à espera, momentos de entusiasmo, outros de desânimo. E agora aqui estamos, as duas, tornando pública a nossa amizade. É bom poder partilhar este projeto contigo. É muito, muito bom. E o nome deste blog é mesmo aquilo que sinto – que nunca vivemos tão longe uma da outra e nunca estivemos tão próximas. Aliás, temos partilhado momentos bem intensos, numa vida sempre às cambalhotas. E apesar disso não atenuar as saudades, torna-as mais saudáveis e mais suportáveis. Porque continuamos a viver uma com a outra. Love you today and forever.


Percebo tanto de tecnologia como um boi percebe de cosmética!

Amiga, vamos ver se é desta! Primeiro que nada, vamos ver eu percebi como funciona esta coisa do blog e se o que escrevo agora aparece editado no ecrã a seguir. Depois, veremos se será possível virmos aqui a toda a hora e a todo o instante. Esse é o meu desejo. Mas a vida torce-me os dias e o que consigo espremer deles é tão pouco comparado com o que eu gostaria!!! Seja como for, aqui estou eu. Aqui estamos nós. E, felizmente, fazendo a coisa saudavelmente ao contrário: só depois de grandes amigas offline há mais de 20 anos é que decidimos ser amigas num blog. A mim, parece-me lindamente. Antes tarde do que nunca. E pensando bem: escrevermos "tarde", ou "tardiamente no dia" é o pão nosso de cada dia entre nós as duas. Eu em Sydney (Austrália), tu em Lisboa (Algés), outra coisa não seria de esperar.

Devo dizer-te que ao escrever estas linhas absolutamente livres e descomprometidas sinto uma espécie de liberdade como há muito não sentia, sempre que estou a teclar no meu computador. Em frente a esta minha máquina, só trabalho, trabalho, trabalho... ao ponto de sentir por este teclado e respectivo ecrã uma espécie de amor-ódio. Mas hoje é diferente. Hoje estou aqui a escrever o que me dá na real gana e isso para mim é como correr na praia, encher o peito de ar fresco na janela pela manhã, como comer doces sem pensar na "bóia" que me envolve a cintura, como beijar alguém que amo, como ir buscar os meus filhos à escola a meio das aulas só porque sim... Estou muito, digamos assim, aliviada por teres tido a ideia de investirmos mais na nossa amizade online criando este espaço de partilhas. Tenho a certeza que fará bem a ambas, pessoalmente, e à nossa amizade, de uma forma geral.

Hoje, subimos juntas mais um degrau na nossa amizade. E um dia subiremos tantos, mas tantos que quando uma de nós for desta para melhor a outra fica triste mas segura - um dia vamos estar juntas "lá em cima", onde as amigas que se ama ficam mais próximas umas das outras do que a distância que hoje nos separa geograficamente.

Comprometo-me, assim, em vir aqui em cada buraquinho livre da minha agenda, a cada aflição, quando me sentir muito alegre com alguma novidade boa, sempre que me apetecer só "porque sim" e, sobretudo, quando sentir saudade daquela mesmo, mesmo, mesmo tramada. Não digo que virei aqui sempre que precisares de mim porque, enfim, para isso nunca precisei, nem nunca precisarei, de um blog.

Bora lá, amiga... deixo a bola do teu lado. Chuta aí qualquer coisinha que te apeteça. Não interessa o que seja, e pouco importa o que este ou aquele, esta ou aquela possam pensar de nós. Que se lixe o Mundo. Que se lixem todas as pessoas, as nossas e as que não pertencem à nossa vida. Aqui, SEMPRE PERTO EMBORA LONGE, só interessamos nós, a nossa loucura e tudo o resto que nos une, incluind beijos repenicados e longos abraços, lágrimas e gargalhadas histéricas. Desde quando fomos mulheres de "vergonhas"?! Nunca! Pois aqui, muito menos.

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